CONTEXTUALIZANDO A HISTÓRIA


 PRODUÇÃO DE UM TELEJORNAL

Projetos e Atividades
Telejornal digital – o aluno como produtor de informação
O trabalho com telejornal digital na escola coloca o aluno em contato com múltiplas linguagens, possibilitando que ele desenvolva diversas formas de expressão, em situações de comunicação real. É uma possibilidade de trabalhar, ao mesmo tempo, a escrita, a oralidade e a expressão corporal, além de possibilitar a cooperação e o reconhecimento às produções dos colegas.
A produção de um telejornal da escola permite ao aluno ser produtor de informação e não só consumidor. Permite, ainda, situações reais de leitura e escrita, possibilitando a observação e reflexão sobre o mundo a sua volta.
Esse tipo de atividade também pode suprir a necessidade dos alunos por novidades, ao gerar diferentes fontes de conhecimento, além de ser uma possibilidade de conhecer melhor a realidade escolar e vivenciá-la de uma forma mais dinâmica.

PÚBLICO-ALVO
4º ano do Ciclo II do Ensino Fundamental


Ilustração: Didiu Branco
OBJETIVOS
Usar com autonomia o processador de texto (Word), a webcam e o Windows Movie Maker.
Vivenciar a produção de informação.
Ampliar a reflexão sobre informação e meios de comunicação.
Selecionar os temas de importância para o público-alvo.
Exercitar as especificidades da linguagem audiovisual.
Incentivar a produção de textos informativos.
Incentivar o hábito de ler, reler e corrigir seus próprios textos.
RECURSOS NECESSÁRIOS
Computador e webcam

PROGRAMAS UTILIZADOS
Processador de texto (Word) e Windows Movie Maker. Na versão virtual deste Caderno, consulte o tutorial do Movie Maker.

FONTES DE PESQUISA
Telejornais na Internet, como http://www.tvterra.com.br/, http://www.folha.uol.com.br,   http://www.jt.com.br, http://www.portalgens.com.br.

METODOLOGIA

ANTES
Conhecendo o que os alunos sabem e o que desejam saber a respeito de um jornal em vídeo e dos recursos utilizados para sua elaboração

Os alunos devem registrar no processador de texto seus repertórios iniciais sobre o tema da atividade.
Questões para o registro inicial:
1. O que é um telejornal digital?
2. Para que serve?
3. Como é utilizado?
4. Como é apresentado?
5. Assisto a jornais em casa? Quais?
6. O que sei sobre os recursos tecnológicos necessários para a produção de um telejornal digital?
7. O que gostaria de saber mais sobre telejornal digital?

DURANTE
Organizando a produção
Apresente aos alunos diferentes telejornais disponíveis na Internet para que eles analisem alguns aspectos, tais como: os diferentes tipos de textos utilizados; como as notícias são apresentadas; expressões utilizadas pelo apresentador; cenários e figurinos.
A turma deve decidir o nome do telejornal e da emissora.
A classe deve ser dividida em grupos de cerca de 6 integrantes. Em cada grupo, os alunos devem ter papéis definidos: uma dupla de alunos deve ficar responsável pela escrita do texto; outra, pela elaboração do cenário (visual do jornal) e uma, ainda, deve cuidar do figurino (visual do apresentador).
Cada grupo deve ter um nome que será utilizado para identificar a pasta na qual os alunos vão salvar os arquivos.
O grupo escolhe os temas a serem trabalhados, por exemplo: esportes, política, lazer e economia. A dupla responsável pela escrita do texto seleciona o assunto dentro desse tema, para produzir uma matéria.
Para organizar a produção, os grupos elaboram:
Um roteiro de trabalho, colocando as funções e responsabilidades de cada aluno no grupo, para eles não se perderem no decorrer do trabalho.
Um roteiro de como será apresentado o jornal, indicando a seqüência da apresentação das notícias.
Um esboço de como será o cenário utilizado no jornal, listando os materiais necessários.
Perguntas pertinentes, caso haja uma entrevista. (veja sugestão de Roteiro de Entrevista no final da atividade).
Quais informações são necessárias para formular uma notícia. (veja Roteiro para Elaborar uma Notícia  no final da atividade).

Produzindo as matérias
Os responsáveis pela produção do texto devem ir a campo para colher informações que dêem subsídio a sua matéria. Enquanto isso, a dupla responsável pelo cenário providencia o material necessário (mesa, cadeira, cartolina com o logotipo do jornal, o plano de fundo, a música de fundo, a música de entrada etc.), assim como os que assumiram a produção do figurino.
Cada dupla produz as matérias no processador de texto.
O grupo faz, coletivamente, uma leitura e correção dos textos, e um aluno fica responsável por salvar o arquivo em disquete.
Finalizada a parte escrita do jornal, o grupo deve escolher um aluno para ser o apresentador das matérias elaboradas.
Gravando...
O grupo então ajuda o apresentador a ensaiar, contando o tempo de leitura das matérias, de modo que a apresentação não fique longa e cansativa. Também pode dar dicas ao apresentador, quanto à entonação e dicção.
Para preparar a gravação do jornal, os responsáveis pelo visual do(a) apresentador(a) (roupa, cabelo, maquiagem) e pelo cenário devem estar com tudo finalizado.
Com a orientação do professor do laboratório de Informática sobre o uso da webcam, o grupo faz duas gravações e depois escolhe a melhor, que deve ser salva em uma pasta criada em “vídeos compartilhados” com o nome do assunto (ex: esporte, política).
No Windows Movie Maker, os grupos devem trabalhar com seus vídeos, importando-os da pasta compartilhada. Terminado a edição, devem salvar novamente em “vídeos compartilhados”, com uma indicação de que o vídeo está finalizado (ex: esporte_pronto)
Dicas para produção do telejornal na escola
Decidir o nome do telejornal e emissora a partir de uma votação realizada pela classe.
Os textos das notícias para o telejornal devem ser curtos e objetivos.
O apresentador deve ter domínio da leitura e boa dicção.
Cada assunto deverá ter cerca de 20 segundos para que a apresentação não fique cansativa.
Uma notícia ruim não deve ser dada da mesma forma que uma notícia boa.
Se a turma decidir, poderá haver mais que um cenário.
Na apresentação da webcam e do Movie Maker para os alunos, é interessante que o professor pare o processo de criação e dê uma aula básica sobre o uso desses recursos.
A edição do vídeo deve ser realizada pelo grupo, em um só computador.
Se o grupo decidir, poderá colocar propagandas entre os blocos de notícias, mas deve ficar atento ao tempo utilizado.

DEPOIS
Apresentação da produção

O grupo apresenta a sua parte do telejornal para a turma, no laboratório de Informática, com a ajuda do projetor multimídia. Depois, o professor reúne todos os vídeos para apresentação em um só arquivo, formando um único telejornal, e toda a turma deve acompanhar essa montagem.
A sugestão é apresentar o telejornal da classe com o auxílio do projetor multimídia durante os intervalos. Também é interessante fazer uma apresentação à comunidade do entorno da escola, em algum evento, como uma feira cultural.

AVALIAÇÃO
Retomando os objetivos

O professor pode avaliar alguns aspectos como:
- Os alunos usam com autonomia o processador de texto, o Movie Maker e a webcam (se a resposta for negativa, levantar com os alunos as possíveis causas e retomar as orientações)?
Os alunos entenderam o processo de produção de notícias?
Os alunos passaram a conhecer melhor a escola e seus membros a partir da pesquisa de campo?
A produção de texto informativo foi incentivada e melhorada?
Retomando o registro inicial
- Os alunos devem retomar seus registros iniciais e fazer uma auto-avaliação, refletindo: “Em que o projeto contribuiu para que meus conhecimentos fossem ampliados?”.

DESDOBRAMENTOS DA PROPOSTA
O áudio do texto informativo terá uma qualidade melhor se for utilizado o software Audacity.
Usando o mesmo princípio, podem ser realizados telenovelas e videoclipe.
Com o auxílio de um software de animação (por exemplo, Animator) é possível fazer uso da animação para criar o logotipo do próprio jornal e da emissora.
Roteiro de entrevista
   Nome do entrevistado:
Nome do evento ou tema da entrevista:
   Como surgiu a idéia de criação do evento ou tema da entrevista:
   Tempo de duração:
   Como é possível participar ou contribuir para...
   Qual é a faixa etária (caso esta resposta não esteja contida na resposta anterior)
   Em que local acontece (quadra, sala de aula, pátio, área externa etc.)
   Quais os resultados esperados

Roteiro para formular a notícia
   Mencionar o fato (O que aconteceu?)
   Onde aconteceu?
   Quando?
   Como?
   Quais os envolvidos?
   Qual o porquê do ocorrido?


Não está no gibi
ObjetivosApresentar a linguagem das HQs , os principais aspectos estilísticos das histórias em quadrinhos e analisar algumas delas.
Introdução: A cartunista Maitena Burundarena, entrevistada pela seção Auto-Retrato de VEJA, admite que recria em seus trabalhos situações inspiradas na observação de pessoas próximas — o que, não raro, rende a ela sérias dores de cabeça. Que tal usar as declarações da artista argentina para animar os estudantes a produzir histórias em quadrinhos (ou HQs) nas quais eles sejam os protagonistas? Em vez de cefaléias, a atividade pode originar gostosas gargalhadas.
Atividades:
1ª aula — Após a leitura da revista, pergunte se os alunos conhecem as séries Mulheres Alteradas eCurvas Perigosas, de Maitena, ambas disponíveis nas livrarias brasileiras. Caso alguém se manifeste, peça comentários sobre as obras. São engraçadas ou não? Por quê? O que mais chama a atenção: a originalidade do traço, o inusitado da temática ou a eloqüência do texto? Conte que, nessas coletâneas de piadas curtas, as representantes do universo feminino geralmente são retratadas como criaturas carentes, neuróticas, inseguras, irritantes e sexualmente insatisfeitas — além de sedutoras, inteligentes, irônicas e românticas.
Reproduza o quadro "Quatro Assuntos nos Quais os Homens Não têm o Menor Interesse" (abaixo) e entregue as cópias aos jovens, organizados em grupos. Encomende uma análise por escrito dos quadrinhos. Eles formam uma narrativa ou apenas contêm quadros autônomos, independentes? Qual é o elemento de ligação entre essas cenas? É possível classificar o conjunto do material como uma história? Por quê?
Concluída a tarefa, convide a garotada a conhecer a linguagem dos gibis, seus elementos básicos e o processo de criação de uma HQ. Depois, todos vão produzir aventuras humorísticas estreladas por... eles mesmos!
2ª aula— Explique que as histórias em quadrinhos se valem de uma linguagem própria, desenvolvida ao longo de mais de um século. Elas podem ser definidas como narrativas ilustradas cuja ação se desenrola numa seqüência de painéis. Os personagens das HQs dialogam por meio de balões de texto e os autores têm à disposição uma gama enorme de recursos gráficos para simular movimentos (sinais cinéticos) e sons (onomatopéias). Instrua os estudantes a obedecer ao passo-a-passo a seguir. Deixe que eles dividam as tarefas entre si, de acordo com suas habilidades e vontades.
1. Personagens — A exemplo do que ocorre na literatura, a criação dos heróis e vilões dos gibis passa por traços físicos e psicológicos, manias, preferências, bordões, vícios de linguagem, sotaques etc. Como a idéia aqui é transformar os alunos em seres de ficção satírica, sugira que sejam moldadas caricaturas de cada um, com o exagero de suas marcas pessoais. Também faz parte do planejamento a concepção visual dos personagens. Cada um pode desenhar-se em várias situações e posições, para se habituar com sua versão gráfica.
2. Argumento — É a estrutura da trama, ainda sem detalhes. Precisa responder a questões do tipo onde e quando se passa a ação, quem são os personagens principais e secundários, qual é o tamanho da história e, principalmente, o que acontece desde a introdução até a conclusão — em linhas gerais.
3. Decupagem — Agora o argumento dá lugar ao chamado roteiro. Em folhas de papel divididas ao meio por um traço vertical, cada quadrinho deve ser tão detalhado quanto possível. Na coluna da esquerda, fica a descrição das cenas:
• A imagem é panorâmica? Mostra um close-up? Um plano americano? Um travelling? Esses nomes correspondem a enquadramentos de câmera, típicos do jargão de cinema. Uma breve pesquisa na internet vai esclarecer eventuais dúvidas, caso ninguém na classe tenha familiaridade com tais conceitos.
• Quem participa de cada cena? Como se veste? O que seu semblante deixa transparecer? Está sentado, deitado ou correndo? Aparece em primeiro plano ou no fundo do quadro?
• Em que ambiente a ação transcorre? Num local fechado? Numa floresta? Embaixo d’água? No espaço sideral? Na Torre Eiffel? Aqui vale reforçar a idéia de que fotos de referência de lugares reais ajudam a emprestar verossimilhança ao resultado final.
A coluna da direita da página de roteiro contém os diálogos e os pensamentos dos personagens, além das intervenções do narrador, se houver. O texto fica mais ou menos assim.
Personagem A (cochichando): Por que você me chamou de pão de fôrma?
Personagem B (gritando): VOCÊ É CHATO E TEM MIOLO MOLE!!!
• É sempre oportuno lembrar que texto e imagem se complementam numa HQ. Nessa etapa devem, portanto, ser eliminadas as redundâncias. Se o desenho vai mostrar o herói mergulhando numa piscina, não é preciso que o narrador dê a mesma informação ao leitor.
• Também é durante a decupagem que o autor planeja o número de quadrinhos por página.
4. Diagramação — Em folhas de papel de desenho, é feita a distribuição dos painéis de cada prancha (ainda na forma de esboços rápidos). A primeira cena da história merece ocupar meia página para causar impacto?

Nessa mesma fase, tem de ser planejada a colocação dos elementos gráficos dentro dos quadros: tal personagem ocupa determinado espaço, seu balão de fala fica aqui, tal objeto vai acolá. Nunca é demais recordar que, como a leitura ocorre da esquerda para a direita e de cima para baixo, o balão a ser lido antes precisa ficar sempre à esquerda e/ou acima do segundo e assim por diante. A dica pode parecer primária, mas não é incomum que cartunistas iniciantes se confundam nesse quesito.
5. Letreiramento — Antes de dar acabamento aos desenhos, é aconselhável letreirar os diálogos, com caracteres maiúsculos e tipologia que facilite a leitura. O primeiro passo é escrever tudo a lápis, sobre linhas traçadas a régua. Depois de revisado, o texto pode ser recoberto com caneta hidrográfica preta de ponta fina. Palavras em negrito — que indicam um aumento no volume de voz dos personagens — pedem uma ponta mais espessa. Depois disso, são demarcados os balões.
6. Desenho — A lápis, e com delicadeza, é hora de dar a forma final às imagens. Cabe ao professor de Arte apontar possíveis imperfeições anatômicas, de proporção e de perspectiva, que devam ser corrigidas.
7. Arte-final — Trata-se de recobrir os desenhos com canetinha preta. Caso os alunos decidam fotocopiar as HQs, isso garante uma reprodução mais nítida.
8. Colorização — A pintura pode dar ao leitor a sensação de luz e sombra. O contraste entre tons claros e escuros destaca uns elementos e "esconde" outros. Testes prévios vão apontar que técnica valoriza mais o traço: lápis de cor, aquarela, giz pastel? Se a escola não dispõe de máquina que tira cópias coloridas, vale a pena pintar as artes originais? Provavelmente não.
Promova o lançamento do gibi e/ou exponha os trabalhos no próprio colégio.

O MEDO DA PESTE NEGRA      
  O medo da peste negra
Por muito tempo a peste bubônica e outras enfermidades assolaram o continente europeu desde a Antiguidade até o século XIX já na Idade Contemporânea, no entanto o foco deste texto irá do século XIV ao XVII quando os surtos de peste, assombravam mais rotineiramente as nações europeias causando caos e medo as pessoas. Neste trabalho focarei não apenas os relatos daquela época sobre a peste mas como era a concepção de seus contemporâneos sobre a peste, que motivos eles davam para que tais calamidades ocorressem, e como elas ocorriam. 

No século XIV a Europa presenciou o auge dos surtos da peste bubônica, uma doença causada pela bactéria Yersinia pestis, transmitida por pulgas, principalmente encontradas nos ratos pretos, que viviam nas cidades. A peste teve sua origem na Ásia, em algum lugar próximo as fronteiras da China, e se espalhou pela Ásia Central, e possivelmente para a Índia e o Sudeste Asiático. Devemos nos lembrar que nesta época a Rota da Seda ainda estava em pleno vigor, e era uma das vias mais extensas e principais do continente asiático, que ligava o Extremo Oriente ao Mar Mediterrâneo. Atráves dos animais, principalmente de ratos e de seres humanos infectados, a peste chegou a Europa e se alastrou por esta. Devemoster em mente que os hábitos higiênicos pessoais e públicos eram bem precários, e isso facilitou a proliferação da doença nas cidades, e posteriormente nos campos. 

"A peste bubônica caracterizava-se pelo aparecimento de gânglios muitos inchados (bubões) nas virilhas, no pescoço e nas axilas, associadas a febre elevada que ocasiona confusão mental ou delírio, calafrios, dores difusas e vômitos". (Grande Enciclopédia Larousse Cultural, v. 19, 1998, p. 4579).

A peste também poderia atacar os pulmões, provocando asfixia, cianose, tosse com sangue, problemas respiratórios que poderiam levar a uma parada pulmonar. Devido a alta proliferação da bactéria, a doença era transmitida pelo ar entre os humanos, através da tosse, saliva e espirro. Sem tratamento a doença levava a morte em poucos dias, mais a frente, veremos que relatos na época diziam que a peste levava a morte em poucas horas.

Pelo fato de não se conhecer nesta época antibióticos, a doença vitimou dezenas de milhões de vidas por toda a Europa, chegando ao ponto de que alguns estudiosos indicam que pelo menos
 um terço da população europeia tenha perecido.
A praga de Azoth (Die Pest von Azoth). Nicolas Poussin. 1630-1631.



"Em 1347, atingiu Constantinopla e Gênova e logo toda a Europa, de Portugal e da Irlanda a Moscou. As devastações da 'morte negra' estenderam-se pelos anos 1348-1351, eliminando, assegura Froissart, 'a terça parte do mundo'". (DELUMEAU, 1998, p. 107).

"Em 1359, ei-la na Bélgica e na Alsácia; em 1360-1361, na Inglaterra e na França. Em 1369, ela ataca novamente a Inglaterra, depois devasta a França de 1370 a 1376, para passar mais ima vez para além da Mancha. A Itália não estava mais bem aquinhoada". (DELUMEAU, 1998, p. 107).

Nos séculos XVI e XVII a peste ainda continuava a ceifar muitas vidas, atacando locais como Londres, Veneza, Milão, Marselha e a Espanha.
Mapa da Europa com os locais onde a peste negra ocorreu durante o século XIV. Clique no mapa para ler a legenda.

"Segundo os historiadores britânicos, a Inglaterra teria sido amputada de 40% de seus habitantes entre 1348 e
 1377 (tendo 3.757.000 na primeira data e 2.223.375 na segunda)". (DELUMEAU, 1998, p. 109.

Relatos de testemunhas na
 França, Itália, Espanha, Alemanha e em outros locais, apontam que pelo menos um terço e em alguns casos até mesmo a metade da população de uma cidade ou região, fora dizimada. Porém é evidente que em alguns relatos as testemunhas exageram em alguns detalhes e números, mesmo assim o índice de mortalidade causado pela peste que vai do século XIV ao XVII era enorme. Tal fato era tão alarmante que as pessoas viviam constantemente sob o medo de que um surto de peste viesse a surgir. Devemos lembrar que os surtos duravam poucos meses ou em alguns casos, um ano ou até mesmo dois anos, mas depois passava-se alguns anos sem ter sinais da peste, algo que o historiador Jean Delumeau em seu livro A história do medo no ocidente aponta que estes ciclos de infecção ocorriam a pelo menos cada nove ou oito anos. Mas, neste meio tempo, o medo ainda era vivo entre aqueles que sobreviveram, testemunharam os horrores destes tempos, ou perderam parentes e amigos por causa desta enfermidade. Ninguém estava a salvo desta misteriosa doença que aparecia de repente e sumia da mesma forma misteriosa que aparecera. Como seria que as pessoas daquela época entendiam a peste? Que respostas elas davam para aquelas epidemias, para aquela calamidade? Sobre isso veremos a seguir.

Como bem se sabe, a Idade Média e até mesmo a Idade Moderna fora marcada pela influência do cristianismo, seja em sua forma católica, ortodoxa, luterana, anglicana, calvinista etc. Todos
 estes expressavam a fé em Cristo e em Deus, logo a ocorrência da peste por toda a Europa, passou a ser interpretado por alguns como sendo um acontecimento divino.

Uns vinham na peste os atos maléficos de Satã e seus demônios, que espalhavam a calamidade pelos homens, trazendo dor, sofrimento e morte. Em alguns relatos, algumas pessoas sugerem que a peste era causada por uma nuvem escura que saía das profundezas da terra, possivelmente do próprio inferno, e infectava a todos em seu caminho. Outros diziam que a peste era como um incêndio que se alastrava pela terra e pelo céu, que demônios eram vistos conduzido as chamas. Que tal calamidade era trazida pela própria morte.A Praga (The Plague). Arnold Böcklin. 1898.

"Um religioso português do século XVII, evocando por sua vez a peste, descreve-a como um 'fogo violento e impetuoso'". (DELUMEAU, 1989, p. 113).

"É ainda descrita, como um dos cavaleiros do Apocalipse, como um novo 'dilúvio', como um 'inimigo formidável'". (DELUMEAU, 1989, p. 112).

Talvez a ideia de que a peste fosse um "incêndio" advenha do fato que quando uma cidade estava infectada se postavam fogueiras purificadoras nas encruzilhadas a fim de espantar os maus espíritos que causassem a peste, e além disso, queimavam-se as roupas, pertences e os cadáveres. Em alguns casos, casas também poderiam ser queimadas.

Em contra partida, se alguns apontavam que a peste poderia ser um ato de Satã ou de seus seguidores, alguns defendiam que a peste poderia ser um ato de
 Deus.

"Cleros e fiéis, vendo a Peste Negra e aquelas que a seguiram ao longo dos séculos como punições divinas, assimilaram naturalmente os ataques do mal aos golpes mortais de flechas lançadas do alto". (DELUMEAU, 1989, p. 113).

Pinturas e afrescos do século XV e XVII nas igrejas retratam imagens de Deus, Jesus, de santos e anjos atirando flechas ou lanças
 "enevenadas" com a peste sobre as cidades. Uma das explicações para isso, era que a peste era um ato de punição de Deus aos homens, pelos seus pecados, tal como fora o dilúvio. Sendo assim, muitos religiosos culpavam os pecadores pela calamidade que era a peste, com isso a Igreja começou a incentivar a penitência religiosa e os atos de boa fé, para tentar redimir-se da ira de Deus. Nesta época a seita do Flagelantes (ver imagem)ganhava mais adeptos em algumas partes da Europa. Os flagetantes viam na punição corporal uma forma de se redimir de seus pecados, a fim de conseguirem através dosofrimento sua aceitação no Reino dos Céus. Se por um lado, isso possa parecer um exagero de fanáticos religiosos, outros diziam que a peste era causada pela infelicidade das pessoas.

"Paracelso acredita que o ar corrompido não pode por si só provocar a peste. Ele só produz a doença ao combinar-se em nós com o fermento do pavor. A. Paré ensina que em período de 'febre pestilenta', 'é preciso manter se alegre, em boa e pequena companhia, e às vezes ouvir cantores e instrumentos musicais, e algumas vezes ler e ouvir alguma leitura agradável". (DELUMEAU, 1989, P. 125).

De fato tais ideia trouxeram mais problemas. Em alguns lugares os juízes, prefeitos etc, ordenaram que festividades fossem realizadas a fim de se manter longe o perigo da peste, porém algumas pessoas não acreditando que isso adiantaria, decidiram aproveitar o máximo de seus últimos dias de vida, caindo e bebedeiras, orgias, largados a embriaguez, a devassidão, a baderna etc. Isso levou as autoridades a repensarem nas medidas tomadas, e até mesmo uma forte critica por parte dos religiosos criticando estes atos pecaminosos, que contribuiriam para a vinda da praga.

"[...] [Para outros], entregar-se francamente à bebida como os prazeres, dar volta à cidade divertindo-se, e uma canção nos lábios, conceder toda satisfação possível às suas paixões, rir e gracejar dos mais tristes acontecimentos, tal era segundo suas palavras o remédio
 mais seguro contra um mal tão atroz". (DELUMEAU, 1989, p. 127apud BOCCACCIO, Decamerão).

Se por um lado o dilema entre a felicidade e o excesso representavam problemas para se combater este mal atroz, outros acabavam partindo para um caminho, diferente. Ao invés de tentar se alegrar, ou de cair na devassidão, ou se manter em orações, algumas pessoas perante a tanta desgraça, acabavam enlouquecendo, e outras chegavam a cometer suícidio.

"O desespero e o abatimento, contudo, levavam alguns para além do fatalismo. Um se tornava 'lunático' ou 'melancólico', outro sucumbia ao desgosto após o desaparecimento dos seus, aquele morria de medo, outro ainda se enforcava". (DELUMEAU, 1989, p. 129).

Escritores desta época enfatizavam de forma exagerada e cruel de tais realidades. Histórias se espalhavam pelas cidades que ainda não haviam sido infectadas pela peste, levando medo aos seus habitantes. Dizia-se que num dia você poderia acordar bem, tomar o desejum e ir trabalhar, voltava para o almoço, mas no cair da noite, você já não estaria mais para o jantar, já que a peste havia lhe levado. Outros relatos mais macabros, dizem que em alguns lugares as pessoas passaram a dormir em covas, aguardando a morte eminente. O número de mortos também era um problema, já que se exageravam na quantidade de vitimas. Como se pode notar no relato do
 monsenhor de Belsunce (França) ao arcebispo de Arles (França).

"Tive muita dificuldade em mandar retirar cento e cinquenta cadáveres semiputrefatos e roídos pelos cães, que estavam à entrada de minha casa e que nela se punham a infeccção, de maneira que me via forçado a ir morar em outro lugar. O odor e o espetáculo de tanto cadávares de que as ruas estão cheias impediram-me de sair há um bom número de dias, não podendo suportar nem um nem outro. Pedi um corpo de guarda para impedir que se ponham mais cadávares nas ruas à minha volta". (DELUMEAU, 1989, p. 129).
O Triunfo da Morte (The Triumph of Death). Pieter Bruegel. 1562.



Nos séculos XVI e XVII, em algumas cidades, as pessoas passaram a sair de casa quando fosse preciso portando armas de fogo ou armas brancas, para que se encontrassem algum enfermo o mantivessem longe ou o matassem.

"Em Milão, em 1630, alguns só se aventuram na rua armados de uma pistola graças à qual manterão a distância qualquer pessoa suscetível de ser contagiosa. Os sequestros forçados acrescentam-se ao encerramento voluntário para reforçar o vazio e o silêncio da cidade". (DELUMEAU, 1998, p. 122).

Mas, deixando este lado de efervecência reliogosa, onde Satã ou Deus eram os culpados por tal calamidade, havia outros motivos que apontavam a origem da peste. Como já fora visto, o fogo era uma destas sugestões, o ar poluído, gases do subterrâneo, a aparição de cometas eram vistos como sinais de perjúrios, e dizia-se que se um cometa fosse visto sobre uma cidade, algo de ruim poderia acontecer. Em alguns casos que isso ocorreu, a população entrou em pânico, crendo que a peste poderia chegar logo e logo, falamos destes casos desde o século XIV ao XVII.

Em contra partida, alguns alegavam que a peste era na realidade disseminada por determinadas pessoas, com isso passou-se a se perseguir os judeus, ciganos, e quaisquer estrangeiro misterioso, acreditava-se que estas pessoas traziam a peste consigo. Não obstante, os próprios mendigos, vagabundos, leprosos e outras párias da sociedade foram acusados de envenenar a água, o ar, os alimentos e espalhar este mal. Quando se diz envenenar era isso que se tinha em mente na época, a peste poderia ser um tipo de veneno. Assim, estes individuos, foram perseguidos, mortos, queimados etc. Por outro lado, também surgiu a ideia que a peste tinha origem em um determinado local e era transmitida pelos viajantes daquele lugar, não sendo necessariamente por judeus ou ciganos.

"Em 1596-1599, os espanhóis do norte da península Ibérica estão convencidos da origem flamenga da epidemia que os acomete. Ela foi trazida, acredita-se, pelos navios vindos dos Países Baixos. Na Lorena, em 1627, a peste é qualificada de 'húngara' e em 1636, de 'sueca': em Toulouse, em 1630, fala-se da 'peste de Milão'". (DELUMEAU, 1989, p. 141).

Mas, após ver tudo isso ainda fica uma pergunta no ar, ninguém fazia nada para se tratar os enfermos, ou tomar medidas higiênicas e de controle sanitário para se evitar ainda mais a proliferação da doença? A resposta é sim e não.

Nessa época os cuidados higiênicos e com a saúde ainda eram precários, as ruas era estreitas, havia lixo acumulado por estas, dejetos humanos eram jogados pelas janelas, em muitas das cidades não havia esgotos por mais rústico que fosse, animais andavam, dormiam e se alimentavam pelas ruas, era uma verdadeira imundice, e não é por exagero meu. Até o século XIX muitas das grandes cidades do mundo viviam estes problemas; Nova York, Londres, Madrid, Paris, Roma, Berlim etc. Até mesmo aqui no Brasil na então capital imperial, o Rio de Janeiro, vivenciou surtos de coléra, febre amarela e outras doenças ao longo do século XIX, devido aos problemas de saneamento.

Assim, tais problemas eram generalizados nas cidades do fim da Idade Média e ao longo da Idade Moderna. Mas, se por um lado a imundice facilitava a proliferação de ratos e com estes as pulgas que transmitiam a peste bubônica, e outras doenças, neste época não existia antibióticos, a penicilina só seria descoberta no século XX. Os tratamentos médicos da época era precários se compararmos a outros momentos da história, fato este que a medicina romana e grega da Antiguidade em alguns momentos eram mais sofisticadas do que a medicina medieval e moderna. Não obstante, só havia dois meios de tratar esta doença, um vinha do meio religioso através das orações, e o outro era se submeter aos tratamentos médicos da época. Uma última escolha, seria fugir o quanto antes e para o mais longe possível.

Além das orações, havia também o uso de amuletos, medalhões que supostamente dariam proteção contra a peste. Como fora dito anteriormente, espalhou-se o boato que a peste seriam flechas lançadas por demônios ou por Deus e seus anjos, logo as pessoas passaram a utilizar medalhões, amuletos que contessem a imagem de São Sebastião e São Roque, santos que foram mortos com flechadas. Assim, eles invocavam a proteção dos santos para se proteger da doença.

Não obstante, fora dos meios religiosos, as medidas tomadas pelos agentes fiscalizadores e pelos médicos para se conter a propagação da doença visava o uso do fogo de purificação, como fora assinalado anteriormente. Além disso havia a coleta dos cadávares, e seu enterro em covas coletivas ou cremações. Objetos e roupas dos enfermos eram queimados juntos ou purificados de outras maneiras. Em alguns casos, matavam-se animais, como cães, gatos e porcos.

Outro problema em vista, estava na elaboração de um cordão sanitário, de se isolar as áreas infectadas, mas isso era um problema naquela época, devido a falta de procedimentos mais higiênicos, e até mesmo de organização e cooperação da sociedade. Em algumas cidadesforam decretada a suspensão das vendas no mercado e o comércio, mas os comerciantes contra atacaram, dizendo que isso prejudicaria não apenas eles mas a própria população, em meio a este dilema, muito pouco se fora feito. Não obstante, do que se dizer da vestimenta dos médicos durante a Idade Média, e até mesmo depois, nos trajes como este exibido na imagem ao lado, utilizados em épocas de epidemia? Como não bastasse o medo já ocasionado pela doença, até mesmo os médicos e funcionários que assim se vestiam dava medo em quem passasse. Tais trajes eram chamados de traje médico bico (beak doctor costume). A estranha máscara em forma de bico de pássaro, servia como uma espécie de máscara contra gases, que utilizamos hoje em dia. Os olhos desta máscara eram feitos de vidro, e seu bico era utilizado como uma espécie de repiradouro, onde os médicos punham algumas ervas, nas quais supostamente os protegeriam contra a doença. Tais vestimentas ainda continuaram a serem usadas até mesmo no século XVII, como descreve Galileu Galilei.




Por fim, a peste bubônica ainda não fora irradicada totalmente, em alguns lugares da África e da Ásia, ela ainda traz a morte, no entanto em um número bem inferior ao que fora no passado, já que hoje temos antibióticos para combatê-la. A peste negra fora uma das maiores pandemias conhecidas na história, vitimando milhões de vidas na Europa e tantas outras pela Ásia e pela África.

NOTA: A penicilina fora descoberta acidentalmente em 1928 pelo médico e bacterologista Alexander Fleming. 
NOTA 2: Napoleão Bonaparte em 1799, visitou um hospital com vitimas da peste na cidade de Jaffa (atual Israel). Napoelão fez isso para exaltar sua coragem perante seus homens, e da consolo aos soldados que estavam doentes.
NOTA 3: A máscara bico dos trajes médicos bico, passou a ser utilizada como uma alegoria do carnaval de Veneza a partir do século XVII.
NOTA 4: Na historiografia de tradição inglesa, a peste negra é chamada de black death (a morte negra).
NOTA 5: Além da peste bubônica, outras doenças epidêmicas, como a cólera, tifo, varíola, sudâmina, disenteria, a gripe pulmonar e a gripe espanhola assolaram a Europa desde o século XIV até o século XX.
NOTA 6: Alguns autores falam que 75 milhões foram o número de vitimas da peste negra na Europa.


6° ANO

        Resumo sobre a Mesopotâmia
             Algumas considerações
    • As informações aqui contidas fazem parte de um programa curricular específico. Não encerram, portanto, como única alternativa ao ensino deste conteúdo.
    • Estão adaptadas para alunos do ensino fundamental e médio, baseadas em discussões feitas em sala de aula.
    • Recomenda-se não utilizar o presente conteúdo para apresentações, devido ao formato textual extenso.
    • Imagens não foram adicionadas e fontes não serão identificadas. No entanto, foram inseridos links de aprofundamento.
    • Se houver erros históricos, favor relatar no e-mail: [email_address]
Antecedentes
    • A estreita faixa de terra localizada entre os rios Tigre e Eufrates foi chamada pelos gregos, na antiguidade, de Mesopotâmia , isto é, “terra entre rios”.
    • Se localizava na região denominada Crescente Fértil , que englobava também outras regiões, como Egito e Israel.
    • A Mesopotâmia foi o berço da civilização ocidental. Nosso alfabeto, nossa religião, nosso direito e nossas artes são o resultado de uma longa evolução que lá começou.
    • Essa rica planície atraiu uma série de povos, que se encontraram e se misturaram, empreenderam guerras e dominaram uns aos outros.
    • Entre estes povos que formaram a chamada civilização mesopotâmica temos: os sumérios, os babilônios, os hititas, os assírios e os caldeus.
Sumérios
    • Os sumérios viveram no sul da Mesopotâmia, entre 4000 a.C. e 1900 a.C. Os pântanos da antiga Suméria foram o berço das cidades-estado do mundo. Suas principais cidades-estado foram Ur, Uruk e Nipur.
    • Os antigos agricultores sumérios enfrentaram escassez de chuvas. Para obter água, abriam canais de irrigação. Embora a roda de oleiro tivesse sido inventada nos tempos pré-históricos, foram os sumérios que construíram os primeiros veículos de rodas para facilitar o comércio.
    • A invenção da escrita é atribuída aos sumérios. Em princípio, foi inventada para registrar transações comerciais. Eles escreviam na argila mole e o traço deixado tem a forma de cunha, daí o nome de escrita cuneiforme .
    • O edifício característico da arquitetura suméria é o zigurate , depois muito copiado pelos povos que se sucederam na região. Era uma construção em forma de torre, composta de sucessivos terraços e encimada por um pequeno templo.
    • Os sumérios eram muito religiosos. Consideravam o culto aos seus deuses a principal função a desempenhar na vida. Quando interrompiam as orações, deixavam estatuetas de pedra que os representavam diante dos altares, para rezarem em seu nome.
Babilônios
    • Os babilônios estabeleceram-se ao norte da região dos sumérios, entre 1900 a.C e 1600 a.C. Centralizaram seu império na cidade de Babilônia.
    • Por volta de 1750 a.C., Hamurábi , rei babilônico, conseguiu conquistar toda a Mesopotâmia, fundando um vasto império ao qual impôs a mesma administração e mesmas leis.
    • Suas leis eram baseadas na lei de talião – olho por olho, dente por dente. É o famoso Código de Hamurábi , o primeiro conjunto de leis escritas da História.
    • Desenvolvendo conhecimentos adquiridos pelos sumérios, os babilônios fizeram novas descobertas, como o calendário e o relógio de sol. Babilônia, capital do império, tornou-se a cidade mais próspera e rica da época.
    • Com a morte de Hamurábi, o Primeiro Império Babilônico entrou em decadência e acabou por desaparecer, com invasões sucessivas de povos vindos do norte e do leste.
Hititas
    • Os hititas estabeleceram grande dominação na região da Anatólia, ou Ásia Menor, entre 1600 a.C. e 1200 a.C. A capital, Hatusa, por sua localização no centro da Anatólia, foi de muita utilidade no controle das fronteiras.
    • A importância dessa civilização reside no fato de ter sido ela que nos legou os mais antigos documentos escritos numa língua indo-europeia até hoje descobertos.
    • A maior parte dos textos, que tratavam de história, política, legislação, literatura e de religião, eram gravados em cuneiforme sobre tabuinhas de argila.
    • O domínio hitita também trouxe consigo duas invenções de grande importância para o progresso da humanidade: a utilização do ferro e o uso do cavalo. Além disso, criaram as rodas com raios, utilizadas em carros de guerra .
    • O rei hitita era o chefe do exército, juiz supremo e sacerdote. As rainhas dispunham de um certo poder. Os hititas criaram um vasto império nas atuais Turquia e Síria, e chegaram mesmo a conquistar a Babilônia.
  1. Assírios
    • Os assírios habitaram a região ao norte da Babilônia, entre 1200 a.C. e 612 a.C. Constituíram vasto império e estabeleceram sua capital ora em Nínive, ora em Assur.
    • Este povo destacou-se pela organização e desenvolvimento de uma cultura militar. Encaravam a guerra como uma das principais formas de conquistar poder e desenvolver a sociedade.
    • Eram extremamente cruéis com os povos inimigos que conquistavam. Impunham aos vencidos, castigos e atrocidades como uma forma de manter respeito e espalhar o medo entre os outros povos.
    • A violência militar assíria tinha legitimidade por meio da religião: a conquista de territórios e riquezas era a missão divina dos reis.
    • O Império Assírio não resistiu à pressão exercida pela aliança entre medos e caldeus. Em 612 a.C., os aliados derrotaram os assírios e destruíram Nínive e Assur.
Caldeus
    • Os caldeus e sua supremacia representam o estágio final da civilização mesopotâmica, entre 612 a.C. e 539 a.C.
    • O rei caldeu Nabucodonosor e seus seguidores tentaram reviver a cultura da época de Hamurábi. Este estágio é chamado de Segundo Império Babilônico.
    • Os caldeus foram os mais capazes cientistas da história mesopotâmica, tendo deixado importantes contribuições no campo da astronomia.
    • Em 587 a.C., Nabucodonosor conquistou Jerusalém, após submetê-la a um cerco. Seguiu-se um período de prosperidade na Babilônia. Neste período, surgiram os Jardins Suspensos da Babilônia e a Torre de Babel.
    • Em 539 a.C., Ciro, rei dos persas, apoderou-se da Babilônia e transformou-a em mais uma província de seu poderoso império.
Sociedade
    • A sociedade mesopotâmica era dividida em estamentos . Os estamentos eram camadas sociais, nas quais a posição social dos indivíduos dependia do nascimento.
    • Os sacerdotes, aristocratas, os militares e os comerciantes formavam os estamentos da minoria. A maioria da população era formada pelos artesãos, camponeses e escravos.
    • Mesmo no interior dos estamentos, havia funções sociais diferenciadas. Existiam artesãos que detinham técnicas tão desenvolvidas que eram considerados mais importantes que muitos sacerdotes.
    • Na Mesopotâmia havia um entrelaçamento entre política e religião. Os reis exerciam as funções de sumo sacerdote, supremo juiz e comandante militar. Esta característica é denominada poder teocrático .
Religião
    • Os mesopotâmicos eram politeístas , ou seja, adoravam várias divindades e acreditavam que elas eram capazes de fazer tanto o bem quanto o mal.
    • A maior parte dos deuses tinham características antropozoomórficas . Isto significa que eram representados em forma humana e animal.
    • Os deuses se diferenciavam dos homens por serem mais fortes, todo-poderosos e imortais. Representavam elementos da natureza, como o vento, a água, o sol, etc.
    • Cada cidade tinha um deus próprio e, quando uma alcançava predomínio político sobre as outras, seu deus também se tornava mais cultuado.
Política e Economia
    • A Mesopotâmia estava dividida em várias cidades-estado independentes e com governo próprio e autônomo.
    • Cada cidade mesopotâmica pertencia a um deus, representado pelo rei. Ele era auxiliado por ministros, sacerdotes e funcionários.
    • O rei legislava em nome das divindades, assegurava as práticas religiosas, zelava pela defesa de seus domínios, protegia e regulamentava a economia.
    • As principais atividades econômicas eram a agricultura e o comércio. Os mesopotâmicos desenvolveram também a tecelagem, fabricavam armas, joias e objetos de metal.
    • Os comerciantes andavam em caravanas, levando seus produtos aos países vizinhos e às regiões mais distantes e trazendo matérias-primas que faltavam na Mesopotâmia.  
    •  
    • ESCRITA CUNEIFORME
Trata-se de um site que converte qualquer nome digitado em caracteres da antiga língua mesopotâmica cuneiforme.
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