EDUCAÇÃO EM FOCO


ECA-PODE MUDAR PARA PROTEGER PROFESSOR



GUEST POST: OS LIVRO ENSINA, NÓIS APRENDE

Por: LOLA ARONOVICH

Tadinho do aluno que tiver que escolher entre certo e errado na língua 


Apesar de não acompanhar as polêmicas vazias que a mídia costuma criar, eu me dei conta da dimensão do novo “escândalo” quando, na aula de quarta, uma aluna emendou sua revolta com o Bolsa Família com sua mais profunda indignação ao governo querer que a escola ensine o aluno a falar errado! Perguntei o que é errado, e do ponto de vista de quem algo é errado, e se competêncialinguística não seria justamente se comunicar de forma diferente em diferentes contextos. Fiquei preocupada que meus alunos de Letras nunca tinham ouvido falar emPreconceito Linguístico, do Marcos Bagno, mas talvez eles só não tenham entendido a referência no calor da discussão. Espero. 
Este “escândalo” todo é um bom modelo de como a gente não deve aceitar as “verdades” da mídia sem refletir, sem pensar, sem correr atrás de informação. Porque o livro do MEC que os reaças parecem querer queimar na fogueira não fala nada dissoque dizem que ele disse. No YouTube há um exemplo brilhante do que acontece quando uma jornalista chama especialistas pra uma entrevista e eles se recusam a repetir as besteiras previamente estabelecidas pela mídia (veja a Monica Waldvogel sugerindo, injuriada, se não discriminar um aluno que fala “errado” não equivale a confundi-lo).
Bom, eu quis chamar alguém muito mais gabaritado do que eu pra discutir o assunto, e portanto pedi pro Diego Jiquilin, umfofo que conheci (ainda não pessoalmente) pelo Twitter, pra escrever um guest post. E ele atendeu prontamente. Diego tem um excelente blogsobre língua e atualmente é professor leitor no Paraguai. É formado em Linguística pela Unicamp, fez mestrado em Filologia Hispânica na Espanha, e cursa doutorado em Linguística, também na Unicamp. E olhem só, nem todas essas credenciais fazem com que o Diego (e, pra ser franca, nenhum outro linguista que li) tenha a arrogância de dizer para um aluno “Você não sabe falar sua própria língua materna, seu pobre”. Mas é essa mesma arrogância que tanta gente da classe média quer manter. E sem apresentar credencial nenhuma além do seu privilégio de classe.



Na Idade Média (e por muito tempo depois dela), as pessoas validavam 


um conhecimento como verdadeiro se a igreja o confirmasse como sendo uma “verdade”. De lá pra cá, algumas coisas mudaram, porque trocamos a igreja pela universidade (bom, no caso da camisinha, a igreja ainda faz muita gente acreditar que usá-la é errado). E pudemos também relativizar cada vez mais essas verdades.
Mas, no resto, a universidade ganhou esse papel de abalizadora do conhecimento. Quantas vezes não escutamos: “segundo pesquisas da universidade X (e nesse X costuma vir o nome de alguma universidade poderosa dos EUA), a gordura TRANS faz Y (e nesse Y vem um monte de consequências ruins)”.
Por um lado, é bom que tenhamos substituído a igreja pela universidade, afinal existe todo um método científico para se desvendar o conhecimento. Mas, por outro lado, em muitos casos, apenas substituímosos velhos preconceitos por novos (ou o vestimos com uma nova roupagem). A academia também cria e legitima seus preconceitos, lembremos dapsicologia evolucionista, por exemplo. 
Se antes, qualquer um que contrariasse a ideologia da igreja, iria para a fogueira, hoje isso já não acontece (acho que porque já não fazemos fogueiras humanas). O que nos diferencia de forma capital de nosso passado é que a academia também combate esses preconceitos. E as polêmicas em torno desses problemas é que fazem as ciências e as sociedades caminharem.
No entanto, esse discurso da verdade é mais ou menos heterogêneo entre as distintas ciências. Aquelas que movimentam mais capital são 

“mais verdadeiras” que aquelas 


Que movimentam pouco capital. Trata-se de uma equação muito simples. Na verdade, uma ciêncianão é mais verdadeira que outra, mas os seus discursos validam mais verdades que outras. E tudo isso tem uma relação com o poder político-econômico. 

Com isso quero dizer que as ciências ditas humanas têm uma voz muito fraca na sociedade, enquanto que as ciências exatas e biológicas são as que geralmente respaldam as “verdades” do mundo.
A Linguística, que é a ciência de que me ocupo, é uma das que menos tem valor. Mas isso não se deve apenas ao fato de que ela faz circular pouco capital, como venho dizendo. Devo somar também dois outros fatores:
i) Quase ninguém sabe sobre a Linguística. O que ela é. O que ela estuda. Como ela estuda. Para que serve;
ii) A língua, que é seu objeto, está em toda parte. Todas as outras ciências são permeadas pela língua. A arte é perpassada pela língua. Tudo que é humano tem uma língua.
Então, nós, os linguistas, temos de lidar com nossa insignificância, porque não descobrimos petróleo, porque somos ignorados pela sociedade e porque qualquer um se sente apto a falar o que bem quer sobre as línguas. 
E neste último ponto reside uma polêmica. Eu acredito que todo mundo deve discutir sobre as línguas, é um exercício saudável, como veremos no caso anedótico da vez. Mas opathos deve ficar guardado.
Toda vez que alguém fala de língua (geralmente da sua língua materna), ele evoca todo um sentimento ufanista, de proteção ao seu idioma etc. 
Quase todo mundo é reacionário em matéria de língua! Quase ninguém sabe lidar com o fato de que a língua muda.
Mas por que as pessoas não conseguem ver o óbvio sobre a sua língua? De alguma forma, é porque a escola durante muito tempo as treinou para que elas não pensassem, não fossem criativas. A escola durante muito tempo só trabalhou com questões de memória. E memorizar uma gramática de normas (a gramática normativa) sempre foi, para a escola, mais fácil que observar a língua e seus usos. A gramática normativa sempre foi o escudo dos reacionários, o escudo das maiorias, o escudo do preconceito linguístico.
E agora que estamos diante de mais uma polêmica linguajeira fica evidente o quanto essa ideologia fascista, que não sabe conviver com as diferenças, é um sujeito oculto nas mentes brasileiras.
O livro didático de língua portuguesa adotado pelo MEC (Ministério da Educação) é quem traz a lebre dessa vez. 
Armou-se o maior frisson, nos últimos dias, porque o MEC supostamente estaria propagando a mentalidade de que discutir a língua em uso é necessário. Já pensou?! Pobres das crianças, agora elas seriam obrigadas a pensar mais sobre a língua que elas usam!
Mas aí também há um equívoco: o livro, que se intitula Por uma Vida Melhor, não é destinado às crianças. Ele é adotado pelo programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA).
O capítulo “Escrever é diferente de falar” deu pano pra manga, porque as autoras mostraram as regras de funcionamento de uma variedade coloquial falada do nosso português brasileiro. Ou seja, elas fizeram as vezes de um linguista!
Ao contrário do que se anda dizendo por aí, o livro não prega que não sedeva ensinar a gramática normativa ou a norma culta; pelo contrário, por meio da discussão das outras variedades do português é que se contextualiza essa norma culta. Como também sou professor de português para estrangeiros, sempre faço isso nas minhas aulas. Já pensou um estrangeiro falando como um livro? Seria muito estranho, não?
O que chama mais atenção nesse alarde todo é que a reação começa na mídia.Vocês viram como fala bonito o tal de Alexandre Garcia?[Nota da Lola, que não pôde resistir: só agora vi o discurso revoltado do jornalista, e meu deus! Ele fala em "vencer na vida", no valor de "uma educação tradicional e rígida" e da meritocracia, e lamenta que no Brasil, este país não-civilizado, bandidos não sejam algemados. Todo o ideário da classe média resumido em poucos minutos!].
“Aboliu-se o mérito para não constranger”. Eu morro de rir com essas frases, porque é gostoso ver um reaça se afogando com a voz da ciência (esse é um dos casos em que a ciência combate um preconceito!)
Gente, se abolirem a meritocracia, o que será dos bem-nascidos? Eu tô morrendo de dó deles. Imaginem só, os negrosteriam maior acesso ao ensino superior. As mulheres poderiam ganhar um salário mais igualitário ao do homem. Os homossexuais poderiam adquirir direitos civis. E os pobres poderiam falar como falam!
Sendo assim, nada de ensinar as variedades coloquiais faladas pelo povo!
E você também poderia me refutar: ensinar um estrangeiro não é como ensinar o falante nativo. Claro que não. Não se trata de ensinar a variedade popular para o nativo. Aposto que essa variedade ele já aprendeu por aí! Gente, é só uma questão de inclusão, de reflexão, de contextualização da tão importante norma culta.
Lembro-me sempre nas épocas de campanha do Lula. A imprensa caía matando, porque o Lula falava “errado”: um presidente que não sabe nem falar, vai presidir o país como?
Realmente, a mídia é completamente ignorante quanto aos assuntos sobre língua. Nesse nosso caso, ela só deixa evidente qual é a sua ideologia: a das direitas conservadoras.
Para que fique claro de uma vez por todas, não existe certo e errado na língua. “Gramática” não é sinônimo de “gramática normativa”. Toda língua, toda variedade tem gramática. Toda língua, toda variedade se organiza em torno de regras. “Os menino foi” tem regras de concordâncias mais parcimoniosas que “os meninos foram”.
E onde uma é usada, onde a outra é usada? Quem as usa, em que contexto as usa? Estas seriam indagações muito mais interessantes para aquele que reflete sobre sua língua.
Pergunto novamente: por que as pessoas não conseguem entender essas obviedades todas? Eu já disse que a escola tem muito a ver com isso. Mas a sociedade também tem. Andei lendo muitas besteiras no twitter e no facebook. 
Quase todo mundo compra a ideia de “certo/errado”. Quase todo mundo achou um disparate o MEC gastar a verba publica com um livro desses. Quando o Bolsonaro também gastou grana publica para fazer a sua cartilha anitgay, todo mundo também achou um disparate. Todos entenderam o seu conservadorismo. Mas é uma pena que ninguém consegue entender o conservadorismo quando se discute sobre a língua.
Até mesmo os outros cientistas, os que não são linguistas, não entendem os mecanismos da língua. Eu já vi muito intelectual falar asneiras sobre linguagem. Já presenciei muitos educadores, filósofos, cientistas políticos, sociólogos, antropólogos falarem burradas sobre as línguas. O quenão tenho a dizer dos cientistas que mais movem a economia? Estes sim, estão completamente do lado da mídia ignorante.
Como o professor Sírio Possenti costuma dizer: nós, os linguistas, não nos atrevemos a fazer xampu ou a criar aviões ou a buscar a cura para o câncer. Simplesmente por que não fomos treinados para isso! Mas, por que todo físico, químico e biólogo, por exemplo, fica à vontade para arbitrar sobre línguas? Acho que eles estão acostumados com o poder. Só pode ser isso.
Mas o pior de tudo são os jornalistas, porque eles cumprem o papel de mediadores entre o senso comum e a ciência. Jornalistas não são só ignorantes, conservadores, direitoides, são mesmo incompetentes. Eles sim são os que erram no uso da gramática normativa (porque a gramática normativa é a ferramenta de trabalho deles), eles sim são os que não perdem a oportunidade do sensacionalismo, tudo a troco de ibope, de audiência e de vendagens. 
Quando a linguística ganha um pouco de voz e consegue chegar numa sala de aula, de EJA que seja, toda essa velha mídia ressurge e tenta destruir um passo gigante na democratização da cultura e da educação. Trata-se dessa mesma mídia que falta com o respeito aos profissionais da linguagem, aos professores e aos educadores. Que faz sensacionalismo com um massacre como foi o de Realengo, que acoberta um regime militar odioso, que tenta destruir o popular. Aposto que denunciar as reais mazelas da educação a velha mídia não consegue (aliás, ela só tem abafado e ocultado as greves de professores).
O que você faz com a sua língua? Chegou a hora de você pensar o que você faz com a sua língua! Você faz tudo o que gostaria? Ou faz aquilo que a mídia manda vocêfazer? Repete opressões? Repete o preconceito (linguístico)? 
A lição, em tom de clichê, é antiga: não acredite em tudo o que você lê nos jornais. Nem acredite em tudo o que você vê na televisão. Nem acredite em tudo o que você ouve nos rádios. A opinião, o achismo dos jornalistas, no caso do livro didático do MEC, falou mais alto que o fato verdadeiro. E você o que fez? O que fez com sua língua?
Ao destruir os pressupostos de um argumento, destruímos o argumento. Se a Linguística diz que não há certo e errado, como pode ser verdadeira umanotícia assim, “Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado”?
Quando todo mundo começar a entender que “escrever é diferente de falar”, e entender que a língua varia e se transforma, entenderemos porque a elite reclama que sua norma já não é a única prestigiada. Tampouco precisaremos mais escrever livros que já exprimem em seus títulos um desejo do povo, na variedade do povo, num engasgo próprio do povo, que é a de uma luta “Por uma vida melhor”. 






Postado por: Marcelo F. Carvalho


EDUCADORES NECESSITAM DE NOVA POSTURA PERANTE OS JOVENS
Maria Elisabeth Alves Mesquita1
 Com relação a convivência entre professor e aluno e as discussões acerca deste assunto são sempre repetitivas e raramente são seguidas de ações, julgando existir vários fatores burocráticos que estagnam a educação no Brasil. Nas instituições de ensino atuais vem ocorrendo fatos de desrespeito humano com professores, ou seja, não existe mais aquela antiga visão de professor como autoridade, os alunos os desafiam com tranqüilidade e os limite criados para controle da paz escolar como: advertências, suspensões, conversas com psicólogos ou pedagogos não causam resultados plausíveis. Neste trabalho, trazemos alguns exemplos de difícil convivência entre a comunidade escolar, e da uma nova postura da maioria de nossos educadores atuais que ainda não conscientizaram da importância da relação humana, sendo preciso cuidá-las e cultivá-las para que as relações sejam espaço de crescimento das pessoas em direção da sua autonomia.
Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou a sua construção” (FREIRE,1999)
Na educação brasileira está ocorrendo inúmeras discussões em relação ao social. Algumas expressões passam a ser comuns em nossos diálogos, como “relações humanas”, responsabilidade social, consciência social e questão. E a educação traz diversos problemas com relação a esta convivência social. Aqui daremos ênfase na relação de convivência entre aluno (jovem e adolescente) e professor.
Observamos que o relacionamento entre professor e aluno está ultrapassado, e o antigo autoritarismo não se encaixa em nossos padrões de sociedade atual. E, se estamos no mundo vivendo e convivendo socialmente, é necessário transformar ou mesmo inovar as técnicas antigas de ensino e principalmente dar novas formas para as relações humanas, que se perdem em novos valores materiais impregnados em nosso meio social.
O meio educacional possui um novo perfil, em que instituições públicas esforçam para sanar as disparidades existentes entre as classes sociais, investindo em ações para atrair jovens para o estudo, e não somente para o trabalho, impedindo a desistência escolar. Ao passo que algumas instituições particulares abandonam o caráter social e deixam de formar cidadãos, para formar verdadeiras “máquinas de passar no vestibular”, pois este fato traz mérito à escola.
“A ideologia da classe dominante, portanto, valoriza o desempenho e a terminalidade escolares. As pessoas, que possuírem as melhores e mais exigentes qualificações escolares, terão melhores oportunidades de bons empregos e bons salários” (NOSELLA,1978)
Com a preocupação social, estes problemas podem ser sanados e os jovens terão maior ênfase para o estudo, não somente para ter um futuro promissor, mas para serem compreendidos como cidadãos e de voz ativas na sociedade.
Os jovens estão buscando novas relações com a escola, com os amigos, e em relação aos pais eles reclamam de por mais liberdade, mesmo tendo toda a liberdade que eles têm. É uma questão dos jovens o compromisso com uma liberdade ilimitada, de não ter limites e a necessidade de ser notado é típico da juventude, por pura carência de atenção, e a nova descoberta de que está no mundo e o mundo deve enxergá-lo.
Dentre estas relações com a escola, iremos mostrar fatos ocorridos no ensino fundamental em uma escola pública de Aparecida de Goiânia, GO comprovando os problemas de desrespeito a figura do professor nas unidades escolares desta cidade. Fizemos um levantamento de fatos e iremos descrever alguns em nível de exemplo da situação de nossos jovens. Desde já, deixamos claro que os problemas não foram resolvidos, porém o despertar para a crítica e a busca intensa de uma relação mais humana entre professor e alunos fez com que este trabalho fosse escrito, no âmbito da inquietude e não aceitação da realidade vivenciada diariamente.
O primeiro fato deve a insatisfação com professores que exigem maior ordem na escola, contra estes foram feitos abaixos - assinados, entre 2003 ao mês atual foram quatro. Os comentários em sala de aula são quase que inacreditáveis, e alguns não ficam somente em comentários como o fato de pneus furados, velas de motor de moto retiradas, carros apedrejados, ameaças para professores, aluno que cuspiu no rosto de uma professora, aluno que sai da sala quando certo professor entra em sala e casos de brigas e ataques verbais são diários.
Perante esta realidade que muitos dirão ser normal e muitas das vezes taxam o jovem como o vilão da história, o questionamento deve circundar em torno de onde estão os valores e respeitos humanos? Discutir se os jovens são os errados, não é prioridade de nossa discussão partindo do preceito de que eles estão inseridos em diferentes sociedades e de como o meio interferiu na sua conduta atual. Contudo, trataremos as ações para modificar esta realidade que estão no incentivo às relações humanas pautadas nos valores de respeito mútuo que podem ser trabalhadas por educadores em todas as disciplinas, dando ênfase ao crescimento da auto - estima do jovem em situação escolar. A criatividade desenvolvida e aplicada em cada realidade deve ser algo visível e prático, e a curiosidade para testar novas tendências de relações sociais seria um bom início.
“Não haveria criatividade sem a curiosidade que nos move e que nos põe pacientemente impacientes diante do mundo que não fizemos, acrescentando a ele algo que fazemos” (FREIRE, 1999)
Educadores necessitam de abandonar a ideologia da escola como segundo lar, daquele lugar onde as condições sociais e econômicas dos alunos não teriam a menor importância. É conhecimento comum que os tempos modificaram e os jovens são outros, então não há motivo de mantermos a mesma postura e fazer comparações com o passado e aumentar o desespero perante ações dos educandos. Temos que ter ações coligadas com a realidade e anseios de nossos jovens inseridos em um mundo tecnológico e dinâmico. Segundo Brandão (1981) esta é a esperança que se pode ter na educação, o desesperar da ilusão de que todos os avanços e melhoras dependem apenas de seu desenvolvimento tecnológicos. Acreditar que o ato humano de educar existe tanto no trabalho pedagógico que ensina na escola quanto no ato político que luta na rua por um outro tipo de escola, para um outro tipo de mundo estando direcionado nas relações sociais com valores humanos.
Afirmar que professores não trabalham os valores humanos é algo generalizado, porém , dizer que a maioria inexiste nesta prática e outra parte tentou mas desistiu é fato que não precisa de estatísticas, a realidade é prova visual. Os professores são a própria arma de luta para a reavaliação do papel da escola para os jovens de nossa sociedade. Pois segundo Libâneo (2001) o ensino, mais do que promover a acumulação de conhecimentos,, cria modos e condições de ajudar os alunos a se colocarem ante a realidade para pensá-la e atuar nela.
A grande possibilidade que a gente tem, hoje, de mudança é de ter relações mais espontâneas, mais criativas para aumentar o interesse de nossos jovens para com a escola e melhorar as relações de convivência entre aluno e professor.
AUTORA
1Geógrafa , professora de ensino fundamental e dinamizadora pedagógica do município de Aparecida de Goiânia, GO. UEG – Universidade Estadual de Goiás - geo.elisabeth@bol.com.br
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação? 1ª ed. Ed. Brasiliense, São Paulo, SP, 1981.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Coleção Leitura, Ed. Paz e Terra S/A, São Paulo, SP, 1999.
LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora? Novas exigências educacionais e profissão docente. 5ª ed. Ed. Cortez São Paulo, SP, 2001.
NOSELLA, M. L. C. D. As belas mentiras – A ideologia subjacente aos textos didáticos. 1ª ed. Ed. Cortez & Moraes, São Paulo, SP, 1978.

Ensino conteudista versus Escola atual

Há pouco mais de duas décadas houve uma inversão de valores na Educação, a qual estamos combatendo hoje em dia.
Foi quando se optou por um Ensino extremamente conteudista; ou seja, que valorizava uma quantidade enorme de informações aos alunos, sem que houvesse a preocupação com o desenvolvimento do raciocínio, nem com a Cultura Geral, propriamente 
'A Sociedade Atual e Futura não concebe mais indivíduos passivos - em todos os sentidos - e é exatamente o que o Ensino Conteudista produz...'dita.
Felizmente, nesses últimos anos, notamos uma preocupação cada vez maior dos grandes Intelectuais da Educação com esse desenvolvimento do raciocínio e com a Cultura Geral do aluno, desenvolvendo-o em todas as suas potencialidades, além de trabalhar também os Conteúdos necessários.
Isso se nota inclusive - e principalmente - nos Princípios e Fins da LDB 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 20/12/96).
Nesse sentido, a valorização da pesquisa e do saber científico é extremamente importante em todas as disciplinas - porém, as disciplinas de Ciências e Matemática, desde as 1as. Séries do Ensino Fundamental, têm especial responsabilidade.
Proporcionar à criança um ambiente favorável à descoberta através de muita pesquisa científica é dever do Educador moderno.
Desse modo, o aluno percorre o caminho semelhante ao dos Cientistas, para comprovarem suas teorias.
É recompensador para qualquer Educador participar e observar a vibração dos alunos à cada descoberta!
A oportunidade dos Pais e demais pessoas da Sociedade de participarem dessa vivência está, por exemplo, nas Feiras de Ciências realizadas por Escolas Dinâmicas e Atuais - desde que nessas Feiras seja dada aos alunos a oportunidade de demonstrar o que aprenderam, inclusive com suas explicações - simples, mas verdadeiras!
É também papel da Sociedade e, principalmente dos Pais, incentivar e mostrar interesse pela aprendizagem dessas crianças que refletem a futura geração que está aí.
A Sociedade Atual e Futura não concebe mais indivíduos passivos - em todos os sentidos - e é exatamente o que o ensino conteudista produz: alunos passivos, que absorvem quantidades de informações que serão cobradas posteriormente 'ao pé da letra' e que são esquecidas tempos depois, por terem sido transmitidas com muita rapidez e superficialidade.Por outro lado, a Educação Moderna defende o ensino compartilhado com o aluno, que dê prazer - tanto de ensinar, como de aprender - indo de encontro à realidade e necessidade do mesmo (sem prejuízo de conteúdos, evidentemente) e, portanto, com mais significado e com menor risco de ser esquecido, uma vez que o conhecimento fica sedimentado.
A Evolução Humana está nas mãos dos Educadores Atuais!
Convido toda a Sociedade a valorizar e a cobrar essa nova postura.

Giselle Castro Fernandes
Psicopedagoga e Professora de Prática de Ensino (ITU/São Paulo)








Gestão Democrática X Autoritarismo  


*Valéria Ribas de Oliveira Assis

 

A escola, pelo que observamos, nem sempre, ou diria, raramente, é pautada pelo princípio de que deva ser governada por interesses  dos que  estão envolvidos. Será que existe, na verdade, interesse em uma gestão democrática? Qual seria  então o papel  da democracia na escola?

Dentro de um contexto da rede pública, Observa-se pelo que tenho notado, que o gestor ou diretor escolar assume uma nova centralidade organizacional, sendo o que deve prestar contas pelos resultados educacionais conseguidos, transformando-se no principal responsável pela efetiva concretização de metas e objetivos, quase sempre centrais e hierarquicamente definidos. Neste sentido, esta concepção de gestão introduz uma nova nuance  na configuração das relações de poder e autoridade nos sistemas educativos. Trata-se de uma autoridade cuja legitimidade advém agora da revalorização neoliberal do “direito a gerir” — direito este, por sua vez, apresentado como altamente convergente com a idéia neoconservadora que vê a gestão  ao serviço de uma nova ordem social, política e econômica, com formas de avaliação que facilitam a comparação e o controle de resultados, embora no primeiro modelo se exija sempre a sua divulgação pública e no outro essa prestação de contas se faça  diretamente às hierarquias de topo da administração.
SUTIL PODER  DESMOBILIZADOR

Democracia refere-se à “forma de governo” ou a “governo da maioria”; então, torna-se claro, que as relações cotidianas no âmbito escolar,  deveriam explicitar esta linha de ação, porém sabendo-se que toda gestão, pressupõe uma  AÇÃO e a palavra ação é justamente o oposto da inércia, do comodismo, espera-se do gestor educacional  atitudes compromissadas de construir, de fazer e o que observa-se são atitudes  autoritárias, seguindo diria, uma linha horizontal, onde os princípios democráticos não se inserem; visto que  a  escola deve ser vista como um  lugar privilegiado para a  construção do conhecimento e como eixo base das relações humanas, viabilizando não só a produção de conhecimentos como também  de atitudes necessárias à inserção neste novo mundo com exigências cada vez maiores de cidadãos participativos e  criativos,

Seria para muitos, um exagero em considerar a gestão escolar na esfera pública, autoritária. Porém, partindo-se que o autoritarismo está ligado a práticas antidemocráticas e anti-sociais e estas, permeiam sutilmente a gestão das escolas públicas, creio sim, que este termo não estaria sendo utilizado aqui, neste artigo, de forma  errada, a  afrontar a administração pública.

A questão do controle, do poder aprisionado nas mãos de diretores e superiores ainda é prática constante. Administrar escolas é tarefa árdua, porém, dentro dos moldes do autoritarismo, legitima-se então, traumas antigos em que a sociedade se mostra ainda fragilizada, com medo, sem liberdade de se expressar e covardemente cedendo lugar às ideologias.

Percebe-se na  gestão educacional, uma administração voltada com ações na verdade, reprodutoras de uma  sociedade infelizmente alienada e passiva, ditando regras e não estabelecendo uma  relação dialógica  ideal   com os envolvidos, estabelecendo meramente uma transmissão de ordens, alegando na maioria das vezes cumprirem  determinações que lhes vem de cima não proporcionando assim, momentos  para discussão..”... Todas as iniciativas de política educacional, apesar de sua aparente autonomia, têm um ponto em comum: o empenho em reduzir custos, encargos e investimentos públicos, buscando senão transferi-los e/ou dividi-los, com a iniciativa privada e organizações não governamentais”(ROSSI, 2001)

A participação é muitas vezes, limitada, controlada e puramente formal. A estrutura técnica se sobrepõe aos indivíduos envolvidos e o poder  e a autoridade(leia-se: autoridade : como não prática social- sem visão crítica) se instalam de forma sutil , com obediência,  dentro de uma perspectiva  clássica de administração  que repudia a participação, o compartilhar idéias,  a liberdade para  expressar-se , a deliberação de  decisões e o respeito às iniciativas.  A questão do controle ainda é muito forte e mesmo sabendo que o poder e a autoridade são necessários em muitos momentos dentro de várias organizações, intermediando e viabilizando ações criativas para melhora, observa-se ainda um controle rígido, um descompromisso e muito pouca participação da comunidade escolar como um todo (professores, pais, funcionários, lideranças de bairro) no processo da gestão escolar, causando assim automaticamente uma acomodação, em que as pessoas não se mobilizam para nada e ficam alheias, esperando sempre serem orientadas ou então aceitando passivamente tudo que venha das “autoridades competentes”, sem quer que seja , nenhum questionamento  crítico construtivo.

As atuais discussões sobre gestão escolar têm como dimensão e enfoque de atuação: a mobilização, a organização e a articulação das condições materiais e humanas para garantir o avanço dos processos socioeducacionais, priorizando o conhecimento e as relações internas e externas da escola.


“...Sou  um homem de causas .Vivi sempre pregando,
lutando, como um cruzado, pelas causas que   comovem.
Elas são muitas, demais: a salvação dos
índios, a escolarização das crianças, a reforma
agrária, o socialismo em liberdade, a universidade necessária.
Na verdade, somei mais fracassos
que vitórias em minhas lutas, mas isso não importa.
 Horrível seria Ter ficado ao lado dos que
venceram nessas batalhas.”  (Darcy Ribeiro).



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